"La Douce"
Ontem a Casa da Música recebeu a estreia mundial de "La Douce", obra do compositor Emmanuel Nunes, também responsável pela adaptação dramatúrgica do conto homónimo de Fiódor Dostoiévski (em português, "A Submissa"), classificada como teatro musical e acerca da qual o próprio escreveu qualquer coisa como (cito de cor), " a música é paisagem sonora e os actores são haupstimme", conceito musical que tomei a liberdade de traduzir por "voz principal" - apesar de ter inúmeras vezes lembrado os 11 leitores deste blogue que de música...não entendo nada.
Em todo o caso, aqui deixo para os interessados, a reportagem televisiva que fizemos no dia do ensaio geral (um pequeno nada):
Reportagem exibida no Cartaz da SIC Notícias
Para quem tem curiosidade por detalhes sórdidos, diga-se que cerca de 10% dos 900 espectadores que esgotaram ontem a lotação da Sala Guilhermina Suggia, abandonaram o espectáculo antes do fim.
É o que sempre digo, sem menosprezar o direito de cada um gostar ou não de uma obra de arte: fiquem em casa que o ambiente agradece e as pessoas que até querem ver os espectáculos, malgré tout, também dão o seu contributo para o bom ambiente ao reduzirem substancialmente os seus instintos assassinos.
Só para terminar uma nota: das 3 vezes que tive oportunidade de assistir a espectáculos com obras de Emmanuel Nunes não pude deixar de comover-me com a emoção que transborda das pessoas que absolutamente o adoram e é uma coisa assim sem explicação, sinto-me tentada a adorá-lo também.
Escutando o sorriso dos pássaros
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7 comentários:
E o ar sobranceiro que exibe a maioria dos desistentes? Sim, apetece arriscar pena máxima.
Quanto à peça, o máximo, como sempre. À medida de Emmanuel Nunes.
C.
isso é quase uma heresia ;-) a m. diz que eles viram "teatro musical" e pensavam...bom, pensavam que era outra coisa.
o que é a Casa da Música?
A CdM, a.k.a. casa de todas as músicas, bom, como dizê-lo, é isso mesmo.
obrigado pela informação. encontrei este site porque «welcome to elsinore» é um poema do Mário de Cesariny. gostaria de saber se há, aqui, alguma relação além da coincidência.
salvé.
Pois não é coincidência. Se não tivesse apagado o blogue (grande parte dele), estaria visível no 1º post, publicado a 24 de Outubro de 2003, a ideia de que o meu coração balança entre as shakesperianas nuralhas graníticas de Elsinor e o metal fundente de Cesariny, absoluto pilar fundador desta casa.
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